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Língua Brasileira Piracicabana

Atualizado: 5 de out. de 2022

Neste ano, completam-se os cem anos da Semana de Arte Moderna. A Mostra Cultural do Cotip dar-se-á no dia 8 de outubro do ano corrente. A data de nascimento de um dos articuladores da Semana é 9 de outubro: Mário Raul de Morais Andrade nasceu em 9 de outubro de 1893, na cidade de São Paulo. Conciliou uma intensa produção literária com dedicada vida de estudos do folclore brasileiro, da música e das artes visuais. Promoveu o I Congresso de Língua Nacional Cantada. Fundou a Sociedade de Etnografia e Folclore de São Paulo. A princípio, a obra poética do autor tem a intenção de quebrar os paradigmas artísticos canônicos da poesia acadêmica, em nítida ação modernista. Depois, vai-se voltando para uma exploração cada vez mais intensa do ritmo e de temas retirados do folclore popular brasileiro. Com o olhar sempre voltado para problemas sociais brasileiros, bem como para a cultura nacional, Mário escreveu também prosa de ficção, que reflete o compromisso do autor com a criação de uma língua literária nacional. Macunaíma baseia-se em um projeto de representar a diferença brasileira, em uma síntese do folclore nacional que toma a forma de um romance picaresco, misturando tradição oral e primitivismo ao gênero tipicamente burguês do romance. Sua intenção era tratar de inúmeros problemas do Brasil, como a submissão cultural e a importação de modelos socioeconômicos, a indefinição de um caráter nacional, a discriminação linguística, e, principalmente, a busca pela identidade cultural brasileira. É uma crítica ao regionalismo e intenta romper os limites determinados pela geografia. O espaço é uma mistura de várias regiões brasileiras, e o tempo varia entre o mítico da lenda e o tempo contextualizado e contemporâneo. Macunaíma não é uma pessoa, é um híbrido linguístico.



Principais Objetivos:


→ Com base na obra de Mário de Andrade, o grupo pretende desenvolver um trabalho que explore as características da fala brasileira, com ênfase ao “Dicionário do Dialeto Caipiracicabano”, retratado pelo escritor Cecílio Elias Netto.


Dicionário do Dialeto Caipiracicabano – Arco, Tarco e Verva


Atualizada e ampliada, a sexta edição do Dicionário do Dialeto Caipiracicabano – Arco, Tarco, Verva, de Cecílio Elias Netto, reúne 1.479 verbetes. Quase 30 anos depois da publicação do primeiro dicionário, a nova versão foi apresentada ao público no momento em que o dialeto e o sotaque piracicabanos são reconhecidos como “patrimônio histórico e cultural imaterial da cidade de Piracicaba” – decreto 16.766 assinado pelo prefeito municipal em 25 de agosto de 2016.

O livro presta homenagem a José Ferraz de Almeida Jr., a quem o autor intitula como o primeiro ‘caipira’ da história: “Muito antes de Monteiro Lobato, de Cornélio Pires, de Amadeu Amaral, de Thales de Andrade, de João Chiarini e, modestamente, deste autor, foi Almeida Júnior quem enxergou, sentiu e entendeu a alma caipira como um privilégio especialíssimo”.

O lançamento aconteceu em 30 de agosto de 2016, durante o “I Encontro dos Caipiracicabanos” – realizado pelo ICEN, em comemoração ao primeiro aniversário do instituto. O evento também marcou a inauguração da sede do ICEN, na Rua do Porto, e apresentação do Caipiracicabaninha, seu mascote.


Sotaque e Dialeto: Patrimônio Imaterial do Município


O pedido de registro do sotaque e do dialeto caipiracicabanos como patrimônio imaterial partiu do ICEN – Instituto Cecílio Elias Netto, que, unido a outras três entidades culturais – o Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (IHGP), a Associação Piracicabana de Artistas Plásticos (APAP) e a Academia Piracicabana de Letras (APL) –, requereu junto ao CODEPAC – Conselho de Defesa de Patrimônio Cultural de Piracicaba o seu devido reconhecimento.

E foi no contexto desse proceso que o Dicionário do Dialeto Caipiracicabano – Arco, Tarco e Verva foi incluído como documento comprobatório e foi peça-chave para o referido registro, tendo sido oficializado como Livro-Símbolo da Linguagem Caipiracicabana (Decreto Legislativo nº 15, de 30/8/2001).


Caipiracicabanismo


A linguagem tem sido reconhecida entre as principais referências da identidade cultural batizada como “caipiracicabanismo” – neologismo criado pelo escritor Thales de Andrade e popularizado por João Chiarini.

Em Piracicaba, este linguajar permanece insistentemente, como que desafiando as mudanças linguísticas, culturais, imigratórias e a poderosa influência da televisão. Em bairros e distritos – como os de Santana e Santa Olímpia – é um linguajar de difícil compreensão aos “não iniciados”. Os “erres” carregados – “poooorta”, “tooorta” – têm uma sonoridade particular, tratando-se do chamado “R retroflexo”, quando a língua se volta para dentro.

Segundo Cecílio Elias Netto, o Dicionário do Dialeto Caipiracicabano tem, ao longo das décadas, a preocupação de registrar e de valorizar esse tesouro linguístico e cultural que, na realidade, é uma herança do “linguajar paulista” nos seus primórdios, na mistura do português arcaico e o indígena.


GALERIA:



Professor Responsável: Isaías


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